- José T.
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A FALÊNCIA DA THOMAS COOK E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS AMENITIES HOTELEIROS
Thomas Cook, a primeira agência de viagens da história fundada por este empresário inglês que, sem querer, em 1841, inventou o pacote de viagens combinados ao alugar um comboio de Leicester a Loughborough para um grupo de pessoas que assistiam a um congresso anti-álcool.
Esta agência, com mais de 170 anos comunicava a sua falência na segunda-feira 30 de setembro de 2019. Até esse momento faturava mais de dez mil milhões de euros por ano, contando com 105 aviões e 200 complexos hoteleiros.
Espanha era o principal destino dos clientes desta agência de viagens, deixando no sector turístico deste país uma enorme dívida, que deverá satisfazer reduzindo custos com elementos mais secundários, como podem ser os equipamentos hoteleiros.
Ao diminuir a quantidade de turistas que viajam e contratam serviços hoteleiros, apartamentos ou casas rurais, provavelmente, a consequência será que os amenities sejam menos procurados pelos hoteleiros e, portanto, é possível que diminua a variedade e a qualidade destes artigos de acolhimento e boas-vindas.
Isto pode refletir-se numa diminuição das compras destes equipamentos, amenities e têxteis por parte dos estabelecimentos hoteleiros. É possível que muitos destes hotéis, mesmo que seja em determinadas estações, acabem por declarar a falência devido à quebra desta agência, de forma que, os amenities deixarão de ser solicitados pelos hotéis afetados e, inclusivamente, a empresa fornecedora pode deparar-se com faltas de pagamento se o fecho for iminente, provocando dívidas dos hotéis com os seus fornecedores.
Assim, se houver menos clientes a reservar alojamentos turísticos, os amenities serão menos necessários e utilizados, pelo que existe a possibilidade de que as empresas pouco consolidadas cheguem a falir, sobrevivendo apenas as mais fortes, uma oportunidade também para outras.
Estas consequências irão refletir-se, principalmente, nas ilhas Canarias e Baleares, o destino de preferência dos ingleses para as suas férias de inverno. As causas desta quebra atribuem-se à inconveniente falência da referida empresa, por não ter sabido adaptar-se aos tempos atuais, segundo os especialistas do sector turístico, uma época em que a internet, as redes sociais, os voos de baixo custo e as reservas online são frequentes e a Thomas Cook não conseguiu manter-se por não ter modernizado o negócio, nem implementando novas estratégias. Antes do encerramento definitivo, os bancos participaram no resgate, mas este dinheiro emprestado apenas aumentou as dívidas da companhia.
Atualmente, as agências de viagem cada vez têm menos espaço no mercado, estão a ser substituídas pela internet, dado que os turistas já não querem intermediários e procuram o destino pelos seus próprios meios. Querem sair do turismo massificado e criar a sua própria viagem com a ajuda das novas tecnologias de aplicações.
Acham que com o decorrer do tempo as agências conseguirão renovar-se, ou acabarão por desaparecer como aconteceu com a Thomas Cook? Terá um forte impacto na variedade e qualidade de amenities e serviços que ofereciam os hoteleiros? Isto constituirá uma oportunidade para empresas consolidadas e estáveis destes produtos de acolhimento para adaptar-se aos novos tempos? São incógnitas que iremos descobrir com o decorrer do tempo, bem como as consequências reais que isto provocará.